Viver : Transformar-se

Escolher ser professor não foi uma tarefa fácil, na verdade foi muito difícil, todos olhavam e olham com aquela cara de: Ham? Você vai ser professora?
Costumo dizer de peito aberto: Vou ser professora! Se vou ganhar bem? Talvez, sinceramente não foi por causa de dinheiro que escolhi a profissão, foi por acreditar que alguma coisa precisa e pode ser mudada através da educação.
Não me importo mesmo... vou ser professora e pronto! Se vou ser reconhecida por isso? Não sei, eu só sei que me sinto útil e que estar em sala de aula me faz feliz.
Já são 2 anos na universidade, e posso dizer sem medo: Eu sou apaixonada pelo que faço, mesmo sabendo que ser professora nunca foi o sonho dos meus país, eu amo o que faço.

Amanhã será o meu último dia de aula com eles, daqui pra frente só aplicarei prova e farei correção, Eles foram meus cobaias, minha primeira turma, meus bebês como costumo chamá-los. A gente acaba construindo o relacionamento tão espontâneo, que nem você nem eles percebem, é natural.
Ainda me soa estranho quando escuto eles dizerem : A senhora isso... a senhora aquilo... Professora qual foi minha nota? Soa estranho, he.
É engraçado ver o rosto deles assustados quando falo mais alto, mais sério... é gratificante ver eles crescendo como pessoa, repetindo minhas frases, minhas ideias. Eles vestem sua camisa, e nisso tenho todo reconhecimento, que dinheiro nenhum pode comprar.
Amanhã, provavelmente eles escutaram aquele meu discurso: Não é minha pretensão formar historiadores, mas cabeças/pessoas pensantes, relevantes!

Por fim preciso dizer que eu escolhi a profissão certa, mesmo que essa decisão tinha sido tomada aos 17 anos, reconheço a dificuldade do meu trabalho, mas também reconheço que através dele que as coisas podem mudar, posso criar um mundo melhor pro's meus filhos, netos... e é assim que me sinto útil.

Pai, mãe... mundo capitalista, sorry! Eu escolhi ser professora.